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02.03.2012 - 15h40
O sofrimento de um homem que luta contra a tuberculose
BUTIÁ - Faz uma década que Alberto de Abreu luta contra esta terrível doença. Depois de uma cirurgia, ficou nove dias em coma.
Alberto Silva de Abreu, 53 anos morador da rua Arlindo Silva, esta passando por uma fase terrível. Há 10 anos vem enfrentado uma batalha contra um tipo de tuberculose extrapulmonar, que afeta partes do seu corpo. Também chamada de tuberculose gangrenosa, provoca inflamações que matam o tecido dos órgãos atacados pela doença.
No sábado de carnaval de 2010 Alberto passou por uma cirurgia para a retirada de parte dos rins que estavam comprometidos. Ficou nove dias em estado de coma entre a vida e a morte. Seus familiares chegaram a providenciar o seu sepultamento, devido a gravidade do seu estado de saúde.
Aos poucos ele foi se recuperando, mas teve que continuar a luta contra a doença, que voltou a atacar. Agora a doença desceu para a bolsa testicular, provocando um inchaço exagerado, deixando o órgão do tamanho de uma bola de futebol. Alberto sofre dores constantes e tem grande dificuldade até para caminhar.
Precisa tomar injeções e uma serie de medicamentos diariamente e mensalmente precisa consultar em Porto Alegre com os médicos que tratam do seu caso.
- Os médicos dizem que pouco podem fazer. É difícil uma solução e o que tinha que para fazer por mim já foi feito. Agora é só continuar com a medicação e esperar para ver o que acontece - diz Alberto, alimentando um fio de esperança.
Reclama que muitas vezes vive como um zumbi, por causa do efeito de tantos remédios que precisa tomar.
- Tenho tonturas e sofro ainda com problemas por causa da pressão alta - relata.
Alberto reclama também do atendimento que recebe na secretaria da Saúde. Diz que tem dificuldades para conseguir alguns remédios. Atualmente aguarda a medicação que está a sua disposição há três semanas em Porto Alegre.
- Este é um medicamento que veio do Rio de Janeiro, só que até hoje nada. Já esta quase na época de eu ir para a nova consulta dia 13 deste mês e ainda não tomei este remédio. Todo o mês tenho dificuldades com o transporte. Minha companheira tem que ir lá na saúde as 5 horas da manhã para conseguir agendar o carro para me levar, isto quando não querem que eu vá no ônibus da saúde. Olhem a minha situação, eu não tenho condições de ir num ônibus - explica.
Alberto fala com mágoa. Diz que algumas pessoas não tem sentimento.
- Eles não tem coração. Quando falei para os médicos em Porto Alegre, que na secretaria de saúde diziam que eu tinha condições de ir de ônibus para consultar, aconselharam eu baixar o calção e mostrar o meu estado. Agora pararam com isto. Mas até para conseguir uma enfermeira do postinho para aplicar a injeção foi demorado - relata Alberto.
Encerra esperançoso de uma solução para seu caso.
- Desejo que as pessoas que cuidam da saúde em Butiá, sejam mais humanas e tenham mais atenção com as pessoas que assim como eu, lutam contra doenças terríveis como esta que eu estou enfrentando agora - concluiu.