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02.03.2012 - 15h43
Idosa mora em condições precárias
BUTIÁ - Maria Cecília Lopes, 83 anos mora em uma peça construída com restos de madeira, e sem banheiro, vive sozinha e nos dias de chuva e vento forte precisa se abrigar na casa de vizinhos.
Quem passa na rua Arlindo Silva e vê uma pequena construção feita com resto de taboas, sem janelas e com a aparência de que pode ruir a qualquer momento, nunca poderia imaginar que ali mora uma idosa de 83 anos.
Dona Maria Cecília nos recebe na porta da acanhada moradia e pede para não reparar na bagunça, mas é difícil não notar as precárias condições da peça em que mora a senhora de idade tão avançada. Bem falante e com facilidade de se comunicar ela vai contando sobre as dificuldades da vida, conta que vive sozinha, que tem 2 filhos que moram em Butiá, mas que prefere viver sozinha, pois os “meninos” tem suas próprias vidas e quando aparecem mais incomodam do que ajudam, diz que recebe auxilio de uma sobrinha que mora próximo, e que ela esta sempre por perto quando precisa.
Comentamos sobre as precárias condições de sua moradia, aí ela muda o tom e fala: “É muito triste seu moço, não tenho nem banheiro, preciso fazer as necessidades na rua, a casa esta caindo para um lado, quando chove molha tudo aqui dentro, no inverno é que a coisa fica feia, não tem forro e pelas frestas entra um frio de cortar, tem noites que é difícil dormir, nestas madrugadas rezo para o dia chegar logo”.
Perguntamos se ela alguma vez já recebeu a visita de uma assistente social, ou se sabia que o estatuto do idoso lhe da amparo e que ela tem preferência para receber uma das casas que a prefeitura distribui para pessoas carentes. Dona Maria diz que: “ Uma vez uma assistente social esteve numa casa ali do lado, e que os moradores falaram do seu caso para a tal moça, ela então veio até na cerca, e me disse que voltaria outra dia para ver o meu caso, só que nunca mais voltou”.
Perguntamos se pelo menos algum agente comunitário lhe visitava ou se ela sabia se haviam cadastrado o seu nome para receber um dos 150 módulos sanitários que serão construídos este ano. Mais uma vez a idosa muda o tom e comenta:” Só vi falar que algumas pessoas ganharam material de construção e até casa pronta, e que teve gente que até vendeu tudo, mas aqui não apareceu ninguém para ver como eu vivo, claro que gostaria de ter uma casinha quentinha e com banheiro para passar o inverno” completa sorrindo.
Ao terminarmos a entrevista já estava próximo do meio dia e notamos panelas sobre o fogão a lenha, mesmo sendo um dia quente de verão, perguntamos o que havia para o almoço, dona Maria disse que a casa era de pobre e a comida também, ela mostrou que numa panela havia feijão e em outra um ensopado de batatas, e nos convidou para o almoço. Agradecemos pelo convite e nos despedimos da velha senhora que aos 83 anos ainda demonstra grande vitalidade que muitos jovens não tem.