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28.04.2012 - 10h49
Ambulancioterapia não é solução, mas uma necessidade
BUTIÁ- Diariamente a Secretaria de Saúde transporta mais de uma centena de pacientes para tratamento em outras cidades. A grande maioria para Porto Alegre, onde são realizados os procedimentos especializados.
O modelo de saúde adotado no Brasil que foi o da municipalização. Isto fez com que os pequenos municípios tivessem assumido a obrigação do atendimento básico da saúde. Qualquer procedimento de media e alta complexidade como consulta com especialistas, exames mais sofisticados e cirurgias, é preciso procurar os centros maiores. Assim os hospitais dos pequenos municípios, e até os regionais, não se equiparam ou buscaram o aprimoramento para fazer o atendimento.
Como resultado desta política desenvolvida pelo governo federal os municípios em sua quase totalidade investiram em ambulâncias, em vans e até ônibus para fazer o transporte destes pacientes.
No começo o termo ambulancioterapia que definia este transporte era utilizado de forma pejorativa. Com o passar do tempo esta pratica foi a única solução e opção para quem precisa de tratamento de saúde. Atualmente mais de 40% das verbas do SUS que o governo federal envia para o estado são direcionados para Porto Alegre que centraliza todo este atendimento.
Segundo dados, mais de 45% das consultas realizadas em hospitais e centros especializados na capital do estado são de pacientes do interior.Em Butiá a situação não é diferente e hoje o município precisa disponibilizar diariamente o transporte para mais de uma centena de pacientes.
Segundo dados fornecidos pela secretaria de Saúde, mais de 140 pessoas precisam do transporte do município para consultarem. um ônibus fretado, que sai da cidade às 4h30, acomoda 48 pessoas.
O ônibus da própria secretaria de Saúde que também transporta 48 passageiros, tem saída marcada para às 10h, diariamente. Para completar, mais seis veículos de pequeno porte transportam 24 pessoas nos turnos manhã e tarde. Nas terças, quintas e sábados uma Van fretada leva 16 pessoas para hemodiálise. A secretaria de saúde transporta aproximadamente 144 pessoas diariamente.
Os números não deixam duvidas de que este modelo centralizado não é o mais apropriado. Obriga enfermos a passarem horas viajando, e o mais preocupante é que os hospitais de Porto Alegre estão no limite da capacidade de atendimento, e já começam a apresentar deficiência no atendimento, principalmente no setor de urgência.
Os funcionários responsáveis pelo setor de transporte também precisam se desdobrar para atender toda esta demanda, já que precisam administrar também as situações imprevistas como a quebra dos veículos e as emergências que surgem quase que diariamente.
Na área da saúde o atendimento e as soluções não podem esperar para o outro dia, precisam ser resolvidas na hora, e haja veículos e planejamento para atender todo este volume de pessoas que precisam de transporte.