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13.06.2016 - 10h43
CRM pretende retomar Gestão da Mina do Leão II
Depois de anunciar que encaminha o fim da extração de carvão da jazida São Vicente Norte, da Mina do Leão I (que fica localizada no município de mesmo nome), a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) quer agora retomar o comando da Mina do Leão II, situada a seis quilômetros da primeira. Para isso, a estatal planeja romper o contrato de arrendamento que tem com a Carbonífera Criciúma.
O acordo foi firmado em 2002 e tem validade prevista de 30 anos. Contudo, o secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, salienta que, até hoje, a mina não entrou em atividade. O secretário acrescenta que a CRM busca a recuperação da mina até devido à necessidade de realizar a manutenção da estrutura. O dirigente explica que, como se trata de uma mina subterrânea, as galerias acabam enchendo-se de água, e ocorre a depreciação de equipamentos. "Pode ser uma alternativa para um novo investimento, na boca da mina, de geração de energia, com um custo logístico muito baixo", aponta.
Redecker prevê que a CRM assuma novamente a mina ainda neste ano, e posteriormente será buscada uma opção para o seu aproveitamento. O diretor administrativo da estatal, Ricardo Guimarães Moura, detalha que a reserva da mina é estimada em aproximadamente 95 milhões de toneladas de carvão. Além de não haver operação até o momento, Moura reforça que a Carbonífera Criciúma ficou inadimplente com a CRM. "Pagava até agosto, setembro do ano passado, depois não pagou mais", afirma. O executivo acrescenta que a Carbonífera Criciúma não tem interesse em explorar a mina ou em anular o contrato amigavelmente. Assim, a CRM entrou na Justiça para discutir o tema.
Moura argumenta que a empresa não está aceitando a rescisão consensual, pois possui um acordo de vários anos e deseja repassar para outra companhia. O diretor acrescenta que a Carbonífera Criciúma diz que investiu R$ 48 milhões na mina e, para fazer um rompimento sem obstáculos, quer que o Estado, como acionista majoritário da CRM, faça a compensação. "Com certeza, o Estado, e principalmente a CRM, não tem a mínima condição de compensar", frisa.
O executivo comenta que a Carbonífera Criciúma tem que comprovar que aplicou esse montante. O diretor lembra que a empresa encontra-se em processo de recuperação judicial, enfrentando uma série de dificuldades em suas operações. Moura antecipa que, para viabilizar a produção de carvão na mina, o governo gaúcho, depois de retomar o complexo, buscará um parceiro para fazer a exploração. O Jornal do Comércio não conseguiu entrar em contato com a Carbonífera Criciúma.
Fonte: Jornal do Comércio