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10.12.2011 - 09h58
Muitos fiéis acompanham procissão de santa bárbara
BUTIÁ - Mantendo uma antiga tradição da região carbonífera, muitos fieis acompanham a procissão com as imagens da Santa Bárbara, a padroeira dos Mineiros.

Foto: MANO MEDEIROS

Sede campestre do Clube Butiá ficou lotada com a chegada dos fiéis

Mineiros
Para a comunidade mineira Santa Bárbara representa segurança no trabalho de extração do carvão mineral. Nos antigos e perigosos métodos de mineração subterrâneas, alem dos incêndios e das explosões, uma das etapas mais perigosas da atividade do mineiro era o escoramento das galerias das minas subterrâneas. Tratava-se de um processo bastante arriscado porque sempre existia uma grande possibilidade de desmoronamento. Mineiros do mundo todo tem Santa Barbara como protetora. Aqui no Brasil os bombeiros também são devotos da santa. Todos os anos, no dia 4 de dezembro, é tempo de renovar a crença em Santa Bárbara fortalecendo a fé na padroeira da comunidade mineira.
Procissão
Mesmo sem o brilho e a grandiosidade de tempos atrás, quando o numero de mineiros era bem maior, e as multidões que participavam das procissões refletiam esta pujança, o evento ainda trás consigo muitas demonstrações de devoção e fé. Inúmeras pessoas fazem questão de acompanhar a santa rezando e entoando os cânticos de homenagem a padroeira dos mineiros, Alguns pais vestem as crianças como anjinhos, outras pessoas percorrem o caminho de pés descalços, e muitos carregam velas e buquê de flores em homenagem à santa.
Quem foi à santa
Os registros que se tem notícia dão conta de que Santa Bárbara teria nascido em Nicomédia, na Ásia Menor. Pertencia a uma família de razoável posição social. Escondida dos pais, fanáticos pagãos, conseguiu instruir-se na religião cristã.
Devia ter sido uma mulher bonita, atraente e inteligente porque o pai, Dióscoro, depositava muita esperança em conseguir um bom e honroso casamento para a filha. Mas Bárbara apresentava indiferença ao sonho do pai, até que este descobriu sua aproximação com o cristianismo. O pai ficou furioso, e seu amor paterno se transformou em ódio desumano.
Depois de ameaçar Bárbara com torturas, denunciou a própria filha ao prefeito da Província, Martiniano. O coração da jovem Bárbara sentia-se dilacerado entre sentimentos opostos. O amor pelo pai e por Cristo. Verificou-se nela as palavras do Divino Mestre:
“Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, e os inimigos do homem serão as pessoas da própria casa (Mt10,34-36)”. Bárbara suportou o processo com firmeza e altivez cristã, reforçando sua fidelidade a
Cristo, a quem tinha consagrado sua virgindade. Mas aquele era o tempo do imperador Maximiano, nos primeiros anos do século IV. O juiz, vendo a obstinação da jovem cristã em professar a fé, mandou aplicar-lhe cruéis torturas. Apesar do sofrimento, as feridas sempre apareciam curadas. Pronunciou, então, a sentença de morte de Bárbara. O própriopai, cego em seu paganismo e decepcionado em seus interesses, num excesso de barbárie, prontificou-se para executar a sentença. Atirou-se contra a filha, que se colocou de joelhos em posição de oração, e lhe decepou a cabeça. Logo depois de cometer o hediondo crime, uma forte tempestade se armou, e o pai, atingido por um raio, caiu morto. O culto de veneração desta santa do Oriente estendeu-se ao Ocidente, sobretudo Roma, onde desde o século VII se multiplicaram as igrejas e oratórios dedicados ao seu nome. Santa Bárbara é invocada especialmente como protetora contra a morte trágica, perigos de explosão, raios e tempestades. Na iconografia cristã, Santa Bárbara é geralmente apresentada como um virgem, alta, majestosa, com uma palma significando o martírio, um cálice como símbolo de sua proteção em favor dos moribundos e ao lado uma espada, instrumento de sua morte.